9 de maio de 2024

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O desperdício de alimentos, retratado aqui no mercado de Lira, em Uganda, é um desafio significativo para agricultores e vendedores | Foto: Sumy Sadurni/FAO

Melhorar cadeia do frio é crucial para o clima e o combate à fome

Reduzir a perda e o desperdício de alimentos pode ter um impacto positivo nas mudanças climáticas, diz ONU

É necessário investir mais em cadeias de frio sustentáveis ​​para reduzir a fome, fornecer meios de subsistência às comunidades e se adaptar às mudanças climáticas. É o que afirmam duas agências da Organização das Nações Unidas (ONU) em um relatório publicado no último sábado (12) durante a 27ª Cúpula do Clima (COP27), em Sharm El-Sheikh, no Egito.

O documento contém recomendações que incluem a quantificação do uso de energia e das emissões de gases de efeito estufa nas cadeias de frio de alimentos existentes, estabelecendo referências e identificando oportunidades de reduções.

De acordo com a ONU, o aumento do investimento no setor do frio também é necessário se o mundo quiser enfrentar o desafio de alimentar mais dois bilhões de pessoas até meados do século.

Segundo o relatório, os sistemas de refrigeração são essenciais para manter a qualidade, o valor nutricional e a segurança dos alimentos, especialmente porque estima-se que 14% dos alimentos produzidos para consumo humano se percam antes mesmo de chegarem aos consumidores.

“Numa época em que a comunidade internacional deve agir para enfrentar as crises climática e alimentar, cadeias de frio sustentáveis ​​podem fazer uma enorme diferença”, disse a diretora-executiva do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), Inger Andersen.

“Elas nos permitem reduzir a perda de alimentos, melhorar a segurança alimentar, diminuir as emissões de gases de efeito estufa, criar empregos, reduzir a pobreza e construir resiliência – tudo de uma só vez.”

O relatório revela que os países em desenvolvimento poderiam economizar impressionantes 144 milhões de toneladas de alimentos anualmente se suas cadeias de frio atingissem o mesmo nível de infraestrutura que os países mais ricos.

Segundo o documento, as emissões oriundas de perda e desperdício de alimentos devido à falta de refrigeração totalizaram cerca de uma gigatonelada de dióxido de carbono equivalente em 2017 – cerca de dois por cento do total das emissões globais de gases de efeito estufa.

Reduzir a perda e o desperdício de alimentos, portanto, pode ter um impacto positivo nas mudanças climáticas. Mas o relatório deixa claro que isso só será possível se uma nova infraestrutura, contemplando fluidos refrigerantes de baixo potencial de aquecimento global (GWP, na sigla em inglês), for projetada.

Fonte: Blog do Frio